Ser coroinha é estar a serviço: a serviço do altar e do próximo.
Servir ao altar não é apenas ajudar o padre, transportar os objetos litúrgicos ou executar as funções que lhe são próprias. Servir ao altar é muito mais: é participar do Mistério Pascal de Cristo, ou seja, da Paixão-Morte-Ressureição de Cristo. Servir ao altar é estar aos pés da cruz, é contemplar o Cristo ressuscitado com os olhos da fé e viver alegremente o Evangelho.
Estar a serviço do próximo é estar pronto para a doação e a entrega, é ser amparo e consolo para os que necessitam, é saber amar e viver a caridade. A vida de Cristo foi dedicada a servir o próximo. Da mesma, forma o coroinha é chamado a servir como Cristo.
No seu serviço o coroinha deve buscar sempre a alegria e a disposição, o contato fraterno e amigo, o respeito e a dedicação às coisas sagradas. O jovem deve demonstrar que vive sua fé, que observa os Mandamentos de Deus e que procura sempre ser justo e correto. Deve continuamente dar testemunho de que Cristo é o seu Senhor e Mestre.
Na vida do coroinha a oração é fundamental. É pela oração que o jovem aprende a se relacionar com Deus, a se tornar íntimo do Senhor. Na oração recebem-se as graças de Deus, o auxílio para os momentos difíceis e a força para superar o pecado e as falhas pessoais. Sem oração não se pode servir ao altar, pois como vamos estar com Cristo se não temos intimidade com Ele? É a oração que permite ao coroinha exercer o seu serviço ao próximo e ao altar de forma digna.
Ser coroinha é viver a Eucaristia, é viver Cristo em todos os momentos da vida. A Eucaristia é a fonte de todas as graças, é alimento que fortalece a alma e nos conduz ao Pai. Ao viver a Eucaristia, o coroinha vive o seu ministério de serviço com mais dignidade, dedicação, oração e amor e, assim, santifica-se e aproxima-se cada vez mais de Deus.
O termo “coroinha” vem do latim e significa “menino do coro”. A origem deste termo vem da antiga celebração da missa, no ano de 313, onde parte do ritual era cantada em coro e, ocasionalmente, alguns dos meninos do coro eram solicitados para auxiliar os padres no altar. Daí, surgiu o termo coroinha, designando os meninos do coro que auxiliavam os sacerdotes.
Antigamente o povo somente assistia às celebrações da Santa Missa e partes do ritual eram cantadas em coro. O coroinha não é apenas um enfeite, ele tem uma função importante, ele desempenha um ministério. Os anos foram passando e a liturgia ganhou formas novas de participação, o povo começou a participar mais ativamente nos cantos, nas leituras, nas orações e nas respostas, todos puderam se aproximar mais do altar. O ministério dos coroinhas também evoluiu, o coroinha passou a servir mais ao altar e acompanhar o celebrante prestando auxílio quando necessário.
1. SER RESPONSÁVEL E ASSÍDUO - Este é quase o mandamento principal do acólito/coroinha: deve ser uma pessoa altamente responsável com a função que exerce; deve ter cuidado especial com todos os objetos litúrgicos que manuseia. Quando for escalado, não faltar à celebração. Deve também evitar faltar ou chegar atrasado aos encontros, pois para servir no altar, não basta só estar no grupo na hora da celebração, é preciso acompanhar toda a formação dada.
2. SER DISPONÍVEL - O acólito exerce um ministério dentro da Igreja, ou seja, faz um serviço que nenhuma outra pessoa é capaz ou está autorizada a fazer. Por isso, quando o acólito for escalado para alguma celebração, ele deve prontamente dizer: SIM, EU VOU! Salvo se tiver outro compromisso que não poderá desmarcar naquele momento.
3. SER ATENCIOSO - Acolitar significar servir. No nosso caso, servir o altar durante as celebrações da Missa. Desta maneira, o acólito deve ficar atento a todas as necessidades do celebrante no decorrer da Missa.
4. TER UM COMPORTAMENTO EXEMPLAR - O acólito, pela sua função no altar, é uma pessoa altamente visualizada por toda a comunidade. Desta forma, automaticamente, vira uma espécie de modelo de criança ou adolescente para toda a comunidade. Assim sendo, deve honrar esse grande papel que está exercendo na comunidade, comportando-se dignamente.
5. TER CUIDADO COM AS VESTIMENTAS, A POSTURA E OS GESTOS - O acólito/coroinha é obrigado a ter um cuidado especial com estes três itens. As vestimentas dos acólitos/coroinhas devem ser dignas. Durante os encontros deve-se evitar vir de bermuda, mini-saia, roupas curtas ou impróprias ao ambiente da Igreja. Durante as celebrações deve se vestir o mais discreta e compostamente possível. Já as posturas e os gestos, também, devem ser condizentes com o ministério que exercem.
6. SER ESTUDIOSO - O acólito/coroinha é uma pessoa diferente, que deve fazer o melhor de si em tudo o que faz, inclusive na escola. Deve se esforçar parar tirar boas notas. Dentro do ambiente escolar, não deve se importar com opiniões errôneas de seus colegas quanto ao grupo que participam, mostrando sempre o orgulho em servir a Deus.
7. CONSIDERAR E HONRAR SUA FAMÍLIA - O acólito/coroinha deve ser um modelo exemplar também dentro da família. Ninguém vive sadiamente sem família. As pessoas que não têm família possuem, na maioria das vezes, algum problema de ordem psicológica. Nós, mesmo tendo em casa a nossa família, muitas vezes não a tratamos com a devida importância e respeito, gerando dessa forma muitos problemas que, com o passar do tempo, não podem ser mais consertados.
8. RESPEITAR TODAS AS PESSOAS - O mundo em que vivemos não está restrito a nossa família, a escola ou a Igreja. Nós, seres humanos, necessitamos de gente, muita gente mesmo, para brincar, jogar, conversar, viver. Para isso temos de respeitar, tratar bem, ser educados com todas as pessoas de quem gostamos e, também, de quem não gostamos. Jesus dizia: perdoar um amigo é fácil, quero ver você perdoar um inimigo.
9. SER UM AMIGO VERDADEIRO - Uma das grandes qualidades do acólito/coroinha é passar todos os seus conhecimentos para os mais novos. Dentro do grupo deve existir uma amizade verdadeira entre os componentes. Devem-se evitar fofocas, brigas, discussões ou qualquer outra ação que venha desencadear a desunião do grupo.
10. NUNCA ESQUECER A ORAÇÃO - Este é o principal mandamento do acólito/coroinha. A oração é o combustível do católico. Sem ela, o nosso tanque de gasolina secará e nós pararemos no meio do caminho. Com ela, nós conseguiremos ter os mais íntimos contatos com Deus. Devemos recorrer à oração em todos os momentos de nossa vida para agradecer, interceder, suplicar ou para, simplesmente, conversar com Deus. Não podemos desperdiçar nenhuma oportunidade, temos que abraçar todas. Podemos rezar em qualquer lugar, sozinhos ou acompanhados. Entretanto, a oração mais poderosa que existe na face da Terra é a celebração da Santa Missa, onde o acólito/coroinha participa de camarote, por isso aproveite este privilégio que não são todos que tem.
Ó Meu Bom Jesus que vivias com o pai celeste em profunda e filial sintonia, aceite nossa dedicação a serviço da liturgia.
É nosso desejo tratar com respeito, mas sem preconceito, as pessoas da comunidade que contam com seu auxílio nessa difícil caminhada.
Dai-nos um coração repleto de amor aos pobres e simples deste mundo.
Alimenta-nos com suas palavras e com seus ensinamentos, pois queremos te ajudar, ó Jesus, a transformar a sociedade, e assim celebrarmos dignamente: com sinais, ritos e movimentos, a salvação que nos oferece hoje e sempre em favor da humanidade.
Amém
O trabalho realizado pelos coroinhas durante a celebração é de muita importância, pois ajuda no andamento da celebração e para que tudo saia dentro do planejado. O Papa João Paulo II escreveu uma carta dedicada aos coroinhas, veja:
João Paulo II pede para que se dedique maior atenção aos coroinhas (Cidade do Vaticano, 7/4/2004)
João Paulo II pediu às comunidades paroquiais e aos sacerdotes que dediquem maior atenção aos coroinhas, meninos e jovens que ajudam no serviço ao altar, pois constituem um "viveiro de vocações sacerdotais”.
O pontífice lança seu pedido na tradicional Carta que envia aos sacerdotes do mundo com motivo da Quinta-feira Santa, na qual presta particular atenção à oração e ao compromisso da Igreja para suscitar vocações à vida consagrada.
"Cuidai especialmente dos coroinhas, que são como um “viveiro” de vocações sacerdotais", explica o Papa na carta que escreve há 25 anos aos presbíteros do mundo nesta data, na qual se celebra os momentos em que Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio na última Ceia.
"O grupo de acólitos, bem acompanhado por vós no âmbito da comunidade paroquial, pode percorrer um válido caminho de crescimento cristão, formando quase uma espécie de pré-seminário", declara.
"Recorrendo à cooperação de famílias mais sensíveis e dos catequistas segui, com solícita atenção, o grupo dos acólitos para que, através do serviço do altar, cada um deles aprenda a amar cada vez mais o Senhor Jesus, reconheça-O realmente presente na Eucaristia e saboreie a beleza da liturgia", sugere o Santo Padre.
"Todas as iniciativas para os acólitos, organizadas a nível diocesano e por zonas pastorais, devem ser promovidas e estimuladas, tendo sempre em conta as diversas faixas etárias", sublinha.
O Papa Karol Wojtyla se remete à sua experiência de arcebispo de Cracóvia, quando pôde apreciar, segundo revela, "quão proveitoso é dedicar-se à sua formação humana, espiritual e litúrgica".
"Quando crianças e adolescentes realizam o serviço do altar com alegria e entusiasmo, oferecem aos da sua idade um testemunho eloqüente da importância e da beleza da Eucaristia", declara.
"Graças à acentuada sensibilidade imaginativa, que caracteriza a sua idade, e com as explicações e o exemplo dos sacerdotes e dos colegas mais velhos, também os miúdos podem crescer na fé e apaixonar-se pelas realidades espirituais", assegura o Santo Padre.
"Nas regulares celebrações dominicais e feriais, os acólitos encontram-vos a vós, nas vossas mãos vêem “fazer-se” a Eucaristia, no vosso rosto lêem o reflexo do Mistério, no vosso coração intuem a chamada a um amor maior", diz o Papa em sua carta aos sacerdotes.
"Sede para eles pais, mestres e testemunhas de piedade eucarística e santidade de vida", conclui.Ao apresentar esta terça-feira à imprensa a Carta do Papa aos sacerdotes, o cardeal Darío Castrillón Hoyos, prefeito da Congregação para o Clero, disse que na promoção de vocações ao sacerdócio a atenção aos coroinhas é decisiva."Se as crianças e os jovens vêem no sacerdote a alegria de ser ministros de Cristo e depositários dos mistérios divinos, a generosidade para administrar os sacramentos, em particular a Reconciliação e a Eucaristia, então se perguntarão se não pode ser esta" "a opção mais cheia de felicidade para suas vidas", afirmou o purpurado colombiano.
Fonte: A Importância do Coroinha Segundo São João Paulo II (catequisar.com.br)